quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cacos no caminho.

Eu tirei os sapatos e comecei a caminhar, sempre em frente, com essa minha amiga. No caminho, encontramos três personagens curiosos. O primeiro era alguém que ficava falando de dicionários e nos causava terror. Talvez a definição das coisas é que fossem horríveis. Quando passamos por uma livraria depois e vimos aqueles montes de dicionários empilhados, quase fugimos.
Seguindo em frente, um senhor com expressão neutra me pediu que fizesse alguma coisa (que não me lembro) sexualmente não aceita. Relutei, disse que ele estava louco. Algumas pessoas do meu lado queria fazer aquilo, como se não fosse nada demais, e mostrar para o velho que era o pedido era irrelevante. Eu tive medo, neguei-me e fugi.
Mais a frente encontramos um jovem homem que, na verdade, agia como um cachorro. Acredito que ele era a personificação humana de um cachorro. Minha amiga perguntou se ele tinha fugido de novo e ele disse que sim, explicando sua passagem pelos andares do prédio. Então, ele começou a dizer coisas com um olhar meio psicótico: "Você me atropelou de novo, não foi?". Minha amiga negou a afirmação. Eles iniciaram uma discussão com as vozes mais altas. Nessa hora, estávamos em frente a um restaurante lotado onde, provavelmente acontecia uma festa. Um dos seguranças do restaurante veio até nós e disse incisivo: "Isso que não pode, vocês ficarem tentando resolver coisas aqui...". Minha amiga disse ao homem-cachorro, vai embora, provavelmente ele colocou a polícia atrás de você e ele foi.
Íamos seguir em frente quando notei que haviam cacos de vidro no chão. Lembrei-me de ter comentado alguma coisa, no meio da caminhada sobre o que faríamos quando quiséssemos voltar, já que só estávamos seguindo em frente e quando estivéssemos cansadas não teríamos como fazer o caminho de volta.
Senti alguns cacos de vidro entrando nas solas dos meus pés descalços, parei e disse a minha amiga choramingando: "Eu não vou andar mais, vamos dar um jeito de voltar". E então eu acordei.

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Talvez não devesse andar por aí descalça. Hora ou outra o problema vai ser esse, apesar de todos os outros...

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